domingo, 4 de dezembro de 2011

O projeto "As Obras do artista Hélio Melo no ensino de arte das Escolas de Xapuri", da arte educadora Ceilde Nely.

Muito pertinente a arte educação trabalhar com artistas locais, especialmente Hélio Melo, que era desconhecido dos nossos alunos, mas que aborda muito de nossa realidade com motivos da floresta amazônica. Os seringueiros, as caças, os animais buscando a sobrevivência...
                                 

Figura 1 – Sem título, 1999, nanquim, tinta a base d'água e sumos de folhas sobre tela, 118 x 99 cm. Coleção Gabinete do Governador do Estado do Acre,  Rio Branco (AC)
Figura 2 – MELO, Hélio. O caucho e a seringueira (coletânea). Comunidade Eclesial de Base. Rio Branco: Fundação Elias Mansour, 2000, 187 p. il.
Figura 3 – Performance do artista Hélio Melo na Universidade de Lucca – Itália

Um artista completo que infelizmente não estar mais entre nós, mas deixou um legado grandioso e riquíssimo, com ensinamentos as futuras gerações e cabe a nós educadores aproximar esses dois mundos.
Penso que no projeto da Colega Ceilde só faltou explorar mais a vida como um todo do artista. Fazer com que esses alunos busquem e revivam a vida de um dos mais importantes artista acriano. Vasculhem sites e livros para encontrar as várias facetas de um artista nato e versátil, que desde pequeno enveredou pelos caminhos de suas realidade, dando evidência e fazendo as pessoas refletirem sobre seus atos.
Parabéns pela iniciativa e valorização de nosso legado artístico!
Com certeza muitos desses projetos serão postos em prática a partir de agora em nossas salas de aula, seja por nós ou por colegas que continuaram a lecionar para nossos alunos...

Visão e motivos da "própria autora"

Depoimento da Professora Ceilde Nely sobre seu projeto
"As Obras do artista Hélio Melo no ensino de arte das Escolas de Xapuri". 

Gravado por Fátima no dia da apresentação dos projetos, onde fala de sua expectativa sobre o projeto...

domingo, 27 de novembro de 2011

Análise Crítica "Meu Projeto" dentro de PIEA 2


No início constantes indagações:
O que fazer? Para quem fazer? Onde fazer? Como fazer?
     Iniciamos a construção tentando dar corpo a um "bicho papão". Falo isso, porque mesmo já tendo estado numa sala de aula, as dúvidas são enormes para se planejar aulas interdisciplinares e não cometer os mesmos erros que vimos constantemente ao longo de várias disciplinas dentro deste curso de artes. Tínhamos agora a responsabilidade de 'arte educando' quase 'arte educador' de planejar aulas atrativas, com objetivos, bem estruturadas. Planejar e executar um projeto envolvendo duas disciplinas e uma série de outros fatores...
     Um dia nos 'apossamos de uma pedra' enorme e fomos 'lapidando' a cada dia um pouquinho, buscando 'daqui e dalí' dar a forma correta a esse projeto e aplicá-lo de maneira a levar conhecimentos aos nossos futuros alunos.
    Meu projeto é "Reutilizando Resíduos e Reeducando Hábitos" cujo objetivo maior é proporcionar reflexão, levando o alunado a perceber os danos causados por resíduo despejados em qualquer lugar na natureza e ainda novas formas de reutilizar esses materiais. 
       Este projeto foi executado em dois dias numa turma de EJA zona rural, mas no momento da execução percebi que tínhamos conteúdo para muitas outra aulas, envolvendo ciências e artes interdisciplinarmente como estávamos fazendo. 
     O que me chamou atenção para este tema, foi a questão de encontrar lixo exposto no caminho e ao redor das escolas rurais de Xapuri -Acre. O fato de a merenda ser a base de enlatados não pode ser desculpa para o descaso com nossos recursos naturais. Não podemos deixar a cargo da natureza acabar com toda a sujeira que construímos, visto que para isso ela levaria milhões de anos. Sem falar nos riscos que todo esse lixo oferece a nossa saúde, de nossa família e animais domésticos, e "selvagens também". 
    Levando-se em consideração que a escola é o lugar onde se mudam as concepções das pessoas, onde se lapidam caráter e formam cidadãos, não podemos permitir que seja o início do mau exemplo. Pensando assim, resolvemos trabalhar com os alunos, suas próprias ideias sobre o assunto.


Vamos aproveitar essas noites cheias de encanto para executar as aulas do projeto. A acolhida foi feita com o Poema "Quadrilha da Sujeira" de Ricardo Azevedo. Uma outra versão desta quadrilha de Drummond:
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história


A Construção

Só a gente indo para a prática se consegue perceber as falhas de um planejamento no escuro. Consegui ver que poderia ter organizando muitas outras atividades, ter dado mais tempo para as pesquisas, para a coleta  e também é notório que precisa-se trabalhar a questão ambiental incansavelmente todos os dias, visto que falamos tanto sobre isso e ainda ocorreram deslizes no sentido de esquecer lixinhos por toda sala.





sábado, 19 de novembro de 2011

Fotos da Execução do Projeto

Lista de Presença 1º dia
Boas Vindas
Recepção
Acolhida com este poema!
Problematização com questionamentos nos cartazes 
Trabalho em grupo (1º)
(2º grupo)
(3º Grupo)
Apresentações
Trabalho 1
Apresentação do 2º
Cartaz 2
Apresentação 3º grupo
Trabalho 3
Exposição
As Tirinhas...
"Namoro" com as tirinhas para fazer produção de texto
Leitura das produções
Leitura das produções
Leitura das produções
Produções
Produções
Produções
Produções
Produções
Boas vindas do 2º dia
Chegada dos alunos


Lista de Presença 2º dia 
Hoje a quantidade de aluno aumentou
Estão em círculo
Trouxeram alguns materiais
Também levei artesanato...
como os tapetes de sacola...
e jogo de boliche com garrafa pet e papel...
Aproveitaram para testar material 
Jogando boliche
Foi bastante divertido!

Relatório de Execução do Projeto “Reutilizando Resíduos e Reeducando Hábitos”

Relatório de Execução do Projeto
“Reutilizando Resíduos e Reeducando Hábitos”
            O presente relatório tem a finalidade de informar descritivamente o desenvolvimento do Projeto Reutilizando Resíduos e Reeducando Hábitos, trabalho realizado para a Disciplina de Projeto Interdisciplinar de Ensino Aprendizagem 2 – PIEA 2, sob orientação da Professora Simone Santos de Oliveira que tem o objetivo de promover reflexão e mudança de hábitos a respeito do destino do lixo, de alguns alunos da zona rural de Xapuri.
            Este projeto foi transformado em aula e executado em dois dias, 9 (nove) e 10 (dez) de novembro de dois mil e onze, quarta e quinta–feira, na Escola Nucleada Águas do Acre, localizada dentro de um Pólo Agrofloretal de Assentamento, distante da cidade mais ou menos 20 km em estrada de barro (sem asfalto), percusso esse feito de moto, e o retorno foi a noite.
É importante registrar que essa turma é de Educação de Jovens e Adultos – EJA. São pessoas que trabalham o dia inteiro nas suas pequenas plantações – as mulheres – ou em fazendas próximas – os homens, ‘faça chuva ou faça sol’. São guerreiros, por encararem três horas de aula todos os dias para terminarem seus estudos, ou pelo menos “aprender um pouco mais”. Ah, um detalhe relevante, essa aula é a noite num espaço aberto e por isso, a luz se espalha e torna-se fraca. Veja a Escola.
Preparei antecipadamente uma aula bem atrativa e pude perceber de antemão, que há muita diferença entre fazer um projeto e colocar em prática. Havia esquecido de vários detalhes que na hora de planejar a execução vieram a tona.
Realizei uma acolhida com um poema de Ricardo Azevedo que encontrei e tem tudo a ver, entreguei várias cópias para os alunos fazer a leitura. 
(“Quadrilha da Sujeira” de Ricardo Azevedo, extraído do livro Você Diz que Sabe Muito, Borboleta Sabe Mais, publicado pela Fundação Cargill, disponível em
Cheguei cedo e organizei o ambiente com cadeiras e mesas em círculo, escrevi um ‘boa noite’ no quadro para chamar atenção e recebi os alunos.                  
O professor da turma foi muito atencioso e colaborador, os alunos ficaram à vontade, até porque já nos conhecíamos. Iniciamos a aula com a leitura do poema e uma reflexão sobre o que dizia o texto, se já o conhecia e sobre o que íamos falar. Foi uma discussão boa, pois, compreenderam do que se tratava. Planejei esta ação por entender que hoje em dia a deficiência maior dos estudantes em qualquer modalidade, é a leitura e a escrita, percebi que é mesmo de suma importância desenvolver estratégias nesse sentido.
Logo depois houve uma problematização com os educandos. Através de cartazes foram feitos vários questionamentos e eles iam respondendo oralmente.
  • O que é lixo?  
  • Quem produz lixo?
  • Onde colocamos o lixo da escola?
  • Qual a diferença entre lixo e resíduos sólidos? 
  • Onde é colocado o lixo de nossas casas?  
  • Existe diferença entre o lixo produzido na escola e em casa?
  • O que acontece com o lixo na natureza, na mata, no rio, no ramal? 
  • Quanto tempo cada lixo leva para ser absorvido na natureza?
Como se trata de uma turma de adultos, este é um assunto corriqueiro, no entanto, todos sabem o que é errado fazer, mas é mais cômodo, não dar nenhum trabalho jogar o lixo nosso de cada dia em qualquer barranco. A atividade foi bem discutida, cada aluno fazia questão de responder a todas as questões.
Dessa forma, foram divididos em 3 grupos. O primeiro ia listar os materiais que eram jogados no lixo em casa, o segundo ia listar os lixos da escola e o terceiro ia fazer um cartaz com o tempo de decomposição de materiais, com base nesta pesquisa:
Tempo (aproximado) de decomposição de materiais 

A tabela de tempo de decomposição de materiais é um poderoso instrumento de sensibilização que, invariavelmente, faz as pessoas pensar na sua responsabilidade individual com relação ao lixo. Há, porém, muita variação da informação . Isso se deve ao fato de que o tempo de decomposição deverá variar de acordo com as condições do solo ou ambiente em que os materiais foram descartados. A campanha do Ziraldo, por exemplo, se refere a materiais descartados na água do mar que tem condições de acidez, oxidação entre outras que vão afetar o material diferentemente do descarte no solo. De qualquer maneira esses dados são incontestes no que se refere ao fato de que o lixo continua existindo depois que o jogamos na lixeira e devemos, portanto verificar todas as possibilidades de reintroduzi-lo na cadeia produtiva da reciclagem ou de aumentar o seu ciclo de vida.
    
FONTE:
Campanha 
Ziraldo
Comlurb website
SMA
São Sebastião
DMLU
POA
UNICEF 
website
Material





Casca de banana ou laranja

2 anos
2 a 12 meses


Papel
3 a 6 meses

De 3 meses a vários anos
2 a 4 semanas
3 meses
Papel plastificado

1 a 5 anos



pano
6 meses a 1 ano




Ponta de cigarro
5 anos
10 a 20 anos
De 3 meses a vários anos

1 a 2 anos
Meias de lã

10 a 20 anos



Chiclete
5 anos
5 anos
5 anos

5 anos
Madeira pintada
13 anos



14 anos
Fralda descartável




600 anos
Nylon
Mais de 3 anos



30 anos
Sacos plásticos

30 a 40 anos



Plástico
Mais de 100 anos

Mais de 100 anos
450 anos
450 anos
Metal
Mais de 100 anos
Até 50 anos
10 anos
100 anos

Couro

Até 50 anos



Borracha
Tempo indeterminado




Alumínio

80 a 100 anos
Mais de 1000 anos
200 a 500 anos
200 a 500 anos
Vidro
1 milhão de anos
Indefinido
Mais de 10 mil anos
Indeterminado
4 mil anos
Garrafas plásticas

Indefinido



Longa vida


100 anos


Palito de fósforo


6 meses


 
 














Depois foram as apresentações, onde cada um explicou seu trabalho.
Foi realizado a seguir um ‘namoro’ com as tirinhas, uma produção sobre o que estavam vendo, saíram textos muito bons, realizaram também a leitura.
Para o segundo dia ficou combinado que iam trazer alguns materiais como: latas de sardinha, de conserva, salsicha, sacos, vidros e garrafas pet. Iniciei a aula com algumas figuras para enchê-los de ideias:
É bom registrar que a partir daí aconteceu uma oficina lúdica com apresentação de alguns objetos e construção de outros.
Foi uma experiência muito importante na construção de minha aprendizagem. Vi de um novo jeito a forma de lecionar artes. Tive uma pequena prévia nos estágios, mas agora foi bem diferente, especialmente, devido às especificidades da zona rural.
Maria de Fátima da Silva,
Pólo de Xapuri - Acre

Quem sou eu

Minha foto
Xapuri, Acre, Brazil
Sou Fátima, 30 aninhos bem vividos, um lindo filho (Leonardo de 6 aninhos) a quem amo de paixão, amando como nunca amei na vida, trabalhando bastante, super enrolada com diversas tarefas como a coordenação pedagógica da Educação de Jovens e Adultos - EJA - na zona rural, cursando graduação à distância pela UNB - UAB (Artes Visuais), esposa, mãe, dona de casa, filha... Acima de tudo comprometida, otimista, perseverante, um pouco acomodada, enrolada, preocupada, ansiosa...