Relatório de Execução do Projeto
“Reutilizando
Resíduos e Reeducando Hábitos”
O presente
relatório tem a finalidade de informar descritivamente o desenvolvimento do
Projeto Reutilizando Resíduos e Reeducando Hábitos, trabalho realizado para a
Disciplina de Projeto Interdisciplinar de Ensino Aprendizagem 2 – PIEA 2, sob
orientação da Professora Simone Santos de Oliveira que tem o objetivo de
promover reflexão e mudança de hábitos a respeito do destino do lixo, de alguns
alunos da zona rural de Xapuri.
Este projeto
foi transformado em aula e executado em dois dias, 9 (nove) e 10 (dez) de
novembro de dois mil e onze, quarta e quinta–feira, na Escola Nucleada Águas do
Acre, localizada dentro de um Pólo Agrofloretal de Assentamento, distante da
cidade mais ou menos 20 km em estrada de barro (sem asfalto), percusso esse
feito de moto, e o retorno foi a noite.
É importante registrar que essa
turma é de Educação de Jovens e Adultos – EJA. São pessoas que trabalham o dia
inteiro nas suas pequenas plantações – as mulheres – ou em fazendas próximas –
os homens, ‘faça chuva ou faça sol’. São guerreiros, por encararem três horas
de aula todos os dias para terminarem seus estudos, ou pelo menos “aprender um
pouco mais”. Ah, um detalhe relevante, essa aula é a noite num espaço aberto e
por isso, a luz se espalha e torna-se fraca. Veja a Escola.
Preparei antecipadamente uma aula bem atrativa e pude
perceber de antemão, que há muita diferença entre fazer um projeto e colocar em
prática. Havia esquecido de vários detalhes que na hora de planejar a execução
vieram a tona.
Realizei uma acolhida com um
poema de Ricardo Azevedo que encontrei e tem tudo a ver, entreguei várias
cópias para os alunos fazer a leitura.
(“Quadrilha
da Sujeira” de Ricardo Azevedo, extraído do livro Você Diz que Sabe Muito,
Borboleta Sabe Mais, publicado pela Fundação Cargill, disponível em
Cheguei cedo e organizei o
ambiente com cadeiras e mesas em círculo, escrevi um ‘boa noite’ no quadro para
chamar atenção e recebi os alunos.
O professor da turma foi
muito atencioso e colaborador, os alunos ficaram à vontade, até porque já nos
conhecíamos. Iniciamos a aula com a leitura do poema e uma reflexão sobre o que
dizia o texto, se já o conhecia e sobre o que íamos falar. Foi uma discussão
boa, pois, compreenderam do que se tratava. Planejei esta ação por entender que
hoje em dia a deficiência maior dos estudantes em qualquer modalidade, é a
leitura e a escrita, percebi que é mesmo de suma importância desenvolver
estratégias nesse sentido.
Logo depois houve uma
problematização com os educandos. Através de cartazes foram feitos vários
questionamentos e eles iam respondendo oralmente.
- O que é lixo?
- Quem produz lixo?
- Onde colocamos o lixo da escola?
- Qual a diferença entre lixo e resíduos
sólidos?
- Onde é colocado o lixo de nossas casas?
- Existe diferença entre o lixo produzido na
escola e em casa?
- O que acontece com o lixo na natureza, na
mata, no rio, no ramal?
- Quanto tempo cada lixo leva para ser
absorvido na natureza?
Como se trata de uma turma
de adultos, este é um assunto corriqueiro, no entanto, todos sabem o que é
errado fazer, mas é mais cômodo, não dar nenhum trabalho jogar o lixo nosso de
cada dia em qualquer barranco. A atividade foi bem discutida, cada aluno fazia
questão de responder a todas as questões.
Dessa forma, foram divididos
em 3 grupos. O primeiro ia listar os materiais que eram jogados no lixo em
casa, o segundo ia listar os lixos da escola e o terceiro ia fazer um cartaz
com o tempo de decomposição de materiais, com base nesta pesquisa:
Tempo (aproximado) de decomposição de
materiais
A tabela de tempo de decomposição de materiais
é um poderoso instrumento de sensibilização que, invariavelmente, faz as
pessoas pensar na sua responsabilidade individual com relação ao lixo. Há,
porém, muita variação da informação . Isso se deve ao fato de que o tempo
de decomposição deverá variar de acordo com as condições do solo ou
ambiente em que os materiais foram descartados. A campanha do Ziraldo, por
exemplo, se refere a materiais descartados na água do mar que tem
condições de acidez, oxidação entre outras que vão afetar o material
diferentemente do descarte no solo. De qualquer maneira esses dados são
incontestes no que se refere ao fato de que o lixo continua existindo
depois que o jogamos na lixeira e devemos, portanto verificar todas as
possibilidades de reintroduzi-lo na cadeia produtiva da reciclagem ou de
aumentar o seu ciclo de vida.
FONTE:
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Campanha
Ziraldo
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Comlurb website
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SMA
São Sebastião
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DMLU
POA
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UNICEF
website
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Material
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Casca de banana ou laranja
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2 anos
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2 a 12 meses
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Papel
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3 a 6 meses
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De 3 meses a vários anos
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2 a 4 semanas
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3 meses
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Papel plastificado
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1 a 5 anos
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pano
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6 meses a 1 ano
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Ponta de cigarro
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5 anos
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10 a 20 anos
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De 3 meses a vários anos
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1 a 2 anos
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Meias de lã
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10 a 20 anos
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Chiclete
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5 anos
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5 anos
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5 anos
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5 anos
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Madeira pintada
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13 anos
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14 anos
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Fralda descartável
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600 anos
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Nylon
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Mais de 3 anos
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30 anos
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Sacos plásticos
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30 a 40 anos
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Plástico
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Mais de 100 anos
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Mais de 100 anos
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450 anos
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450 anos
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Metal
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Mais de 100 anos
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Até 50 anos
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10 anos
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100 anos
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Couro
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Até 50 anos
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Borracha
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Tempo indeterminado
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Alumínio
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80 a 100 anos
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Mais de 1000 anos
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200 a 500 anos
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200 a 500 anos
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Vidro
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1 milhão de anos
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Indefinido
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Mais de 10 mil anos
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Indeterminado
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4 mil anos
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Garrafas plásticas
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Indefinido
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Longa vida
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100 anos
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Palito de fósforo
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6 meses
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Depois foram as apresentações, onde cada um
explicou seu trabalho.
Foi realizado a seguir um ‘namoro’ com as
tirinhas, uma produção sobre o que estavam vendo, saíram textos muito bons, realizaram
também a leitura.
Para o segundo dia ficou combinado que iam
trazer alguns materiais como: latas de sardinha, de conserva, salsicha, sacos, vidros
e garrafas pet. Iniciei a aula com algumas figuras para enchê-los de ideias:
É bom registrar que a partir daí aconteceu
uma oficina lúdica com apresentação de alguns objetos e construção de outros.
Foi uma experiência muito
importante na construção de minha aprendizagem. Vi de um novo jeito a forma de
lecionar artes. Tive uma pequena prévia nos estágios, mas agora foi bem
diferente, especialmente, devido às especificidades da zona rural.
Maria de Fátima da
Silva,
Pólo de Xapuri - Acre